sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Desabafo....

Mais um ano letivo se iniciando, e com ele os problemas de sempre...

Volto a escrever, só que com certa indignação pelos relatos ainda tão presentes de pais que chegam ao consultório e por muitas vezes foram mal orientados quanto à dificuldade dos seus filhos, ou até mesmo “POUPADOS”, sim ,poupados da verdade e da realidade.
Algumas instituições de ensino ainda se valem do argumento que alertando o pai para as dificuldades da criança o mesmo poderá agir de forma negativa , ocasionando assim a perda do aluno para outra instituição.
Tal situação de negligencia permite que determinada dificuldade se potencialize, acarretando problemas visíveis a todos que convivem com a criança .
Não precisamos ir muito longe para termos um exemplo clássico desse tipo de situação, a criança matriculada recentemente e que mesmo, considerando-se a pouca idade, apresenta uma fala compreendida apenas pelos pais, e desta forma no ato da matricula é entregue muitas vezes até por ‘escrito”o "dialeto" utilizado pelo seu filho, afim que os professores e demais possam aprendê-lo e desta forma se comunicar com a criança. Eu particularmente já tive acesso a algumas “listas” como esta, onde a emissão do “pã” pela criança equivale a um pedido de “água” , ou então “ pada” para qdo estiver com fome...não é exagero, não me refiro ao uso de onomatopéias na fala ou ate mesmo de dificuldade de emissão dos fonemas devido a idade, pois no caso do exemplo citado, “agua” viria pelo menos como “aua”. E desta forma o fato é ignorado, e a criança por sua vez mantém suas particularidades na forma de se expressar, evoluindo muitas vezes de forma lenta, sendo que ao termino do ano letivo os demais alunos da sala já estão realizando pequenas construções frasais , ao passo que o "poupado" mantém um vocabulário restrito e com poucas palavras decifráveis aos ouvintes.
Não estou entrando no mérito do que ocasionou tal quadro, se por falta de estimulo, se por existirem alterações estruturais ou cognitivas, ou outro pano de fundo. Estou sim , me referindo à abordagem diante do fato.
No futuro essa mesmo criança pode vir a apresentar um quadro de Dislalia, Dislexia, Discauculia etc etc etc, e continuaremos a ouvir dos pais no momento da anamenese, que nunca ninguém “reclamou “ do filho dele, e que tal fato apareceu derrepente.

E assim, problemas que poderiam ser rapidamente sanados, ou amenizados, tem sua solução protelada.

          E ai?
                A fono que se vire para correr contra o tempo.

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